Narração Dandara
Mulher periférica,
pobre e portadora de HIV, Dandara dos Santos, registrada como Clenilson dos
Santos, nasceu em Fortaleza – CE e tinha 42 anos. Identificava-se como
homossexual até os 18 anos, quando se assumiu travesti.
No dia 15 de fevereiro de 2017, no bairro Bom Jardim no
período diurno, vizinhos avistaram Dandara subindo na moto de um homem
desconhecido. O qual foi identificado, pela mesma, como um “cliente” do seu
trabalho de prostituição. Ela foi levada por este homem para uma rua isolada da
comunidade, onde sofreu uma série de agressões por um grupo de doze homens,
dentre eles quatro menores de 18 anos.
Um dos agressores, após iniciada as agressões, resolveu filmar
com seu celular aquela situação. O vídeo de um minuto e vinte segundos mostra Dandara
levando mais de quinze pancadas, entre elas: três ponta pés no rosto, três
golpes com uma tábua de madeira, tapas de chinela, socos e insultos. Durante o
espancamento a polícia foi chamada por populares, porém a espera por socorro
durou mais de 20 minutos, pois a equipe mais próxima estava atendendo a outra
ocorrência. Por fim, os agressores se juntaram e a colocaram em um carrinho de
mão, o vídeo termina neste momento, mas as agressões não. Dandara foi levada para
o local da sua execução, onde levou dois tiros e uma forte pedrada na cabeça,
causando assim a sua morte por traumatismo craniano.
O conhecimento da existência de Dandara foi proveniente da
publicação do vídeo, que ocorreu dezesseis dias após o seu assassinato. O vídeo
viralizou na internet em menos de dezenove horas, causando uma repercussão intensa
no Brasil.
No dia 6 de abril de 2018, cinco dos envolvidos no caso foram sentenciados. Francisco José Monteiro, Jean Victor Silva, Rafael Alves e Francisco Gabriel Santos por homicídio triplamente qualificado.
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