terça-feira, 27 de novembro de 2018

Autoavaliação - Alzira Bosaipo


AUTOAVALIAÇÃO
Nome: Alzira Bosaipo
Matrícula: 180047558


1- Discorra sobre o que você aprendeu neste semestre. Tivemos uma metodologia de processo criativo, diversas ferramentas intelectuais, e foi realizada a construção de um roteiro dentro de um trabalho de grupo.

            Neste semestre, a disciplina TPCC foi a que mais me propiciou novas aprendizagens. A metodologia de criação de um processo de escrita dramatúrgica foi muito interessante porque me possibilitou conhecer as etapas para a execução de algo que antes eu achava ser só “fruto de mentes criativas”. Foi um processo muito rico que pretendo aplicar/desenvolver em outras oportunidades.

2- Durante as diversas atividades da disciplina, no que você teve as maiores dificuldades. Discorra sobre isso.

            As maiores dificuldades foram relacionadas à materialização do roteiro, de transformar em dramaturgia todas as experimentações e ideias coletivas.

3- Como foi o trabalho com os colegas do grupo? Escreva sobre como sua participação no trabalho em grupo.

            O grupo do qual participei (Transpasse), foi um grupo bem tranquilo, onde as ideias fluíam de forma conectada por todos os integrantes do grupo. É claro que nem todas as pessoas se empenham da mesma forma em um trabalho desse tipo, alguns trabalham mais, outros trabalham menos, mas mesmo em intensidades diferentes, todos os integrantes do grupo deram contribuições valiosas.

4 - O que você poderia ter feito de diferente nessa matéria?

            Eu me empenhei muito nesta disciplina, pois a proposta dada pelo professor despertou meu interesse, creio que não teria feito nada de diferente.

5- {Espaço para você escrever o que você quiser, a partir de sua experiência nessa disciplina}

            A metodologia e propostas utilizadas na disciplina foram excelentes e a proposta de aplicação do conteúdo feita pelo professor estimula nossa autonomia enquanto estudantes, e isso foi muito bom. Aprendi muito neste semestre e descobri um tema no qual eu quero me aprofundar futuramente.

 

Instituto de Artes – IdA
Disciplina: TPCC
Semestre: 2/2018
Professor: Marcus Mota
Alunos: Ricardo Lisboa, Gabriel Barbosa, Maria Fernanda Pires e Milena Andrade 

Pasta nº 4 


PERSONAGENS: 
MARIA DE FÁTIMA 
MARIA LUIZA 
MARIA CECILIA 
MARIA LIVIA 
DELEGADO 1 
DELEGADO 2 
ESCRIVÃO 


Um delegado (DELEGADO 1recém chegado a cidade Tumiritinga do interior de Minas Gerais, analisa em sua sala quatro casos muito parecidos que foram arquivados pelo delegado anterior (DELEGADO 2). Na mesma semana a delegacia da cidade havia recebido quatro denúncias de abusos sofrido por mulheres. O delegado encostado no armário de ferro ler cada relatório escrito pelo escrivão. 

Em flashs e com som de telefonemas gravados da delegacia da mulher, a cada caso que o delegado 2 analisa, mostra o dia do relato de cada mulher sem som e apenas movimentação. 

FICHA PRIMEIRA MULHER 

Maria de Fátima Cardoso Melo – 43 anos, dona de casa, sofreu agressão do marido que chegou bêbado em casa de madrugada. Maria de Fátima, cansada das agressões sofridas pelo marido que tinha se tornado corriqueiras, resolveu escutar os vizinhos que várias vezes já tinham denunciado os acontecimentos, dessa vez resolveu ela mesma procurar a delegacia. 

CENA QUE ACONTECE DURANTE A LEITURA DA FIXA 

Maria de Fátima sentada de frente para o delegado 2 está contando que foi agredida pelo marido após tentar afasta-lo da filha de 5 anos que estava dormindo. Este sempre vem chegando bêbado em casa, e algumas denúncias por vizinhos após escutar o choro das crianças e os gritos de Maria de Fátima já foram feitas. O delegado 2 a questiona o porquê de ela não confirmar as denúncias quando os policiais faziam visita em sua casa. Maria de Fátima ainda abalada e chorando tenta explicar que sofria ameaças do marido e que pelas crianças evitara ter conflitos com ele. 
Delegado 2 pega outro arquivo da pasta e volta para os flashs. 

FICHA SEGUNDA MULHER 

Maria Luíza Machado Amaral – 21 anos, estudante de pedagogia, sofreu tentativa de estupro pelo ex ficante durante uma festa. O estudante aproveitou da inconsciência de Maria Luíza para forçar sexo com ela que já havia negado, e foi impedido por Maria Cecília. Maria Luíza já tinha passado por outra tentativa de estupro pelo mesmo, mas consciente conseguiu escapar e nunca contou pra ninguém. 

CENA QUE ACONTECE DURANTE A LEITURA DA FIXA 

Maria Luíza e Maria Cecília sentadas de frente para o delegado 1contam que após Maria Luíza ficar muito bêbada e desmaiar no colo de um ex ficante, esse a levou para um quarto dizendo que a colocaria para dormir, e Maria Cecília ao perceber que tinha alguém entrando no quarto se escondeu no armário, mas por uma fresta e com a luz da janela reconheceu o rosto da amiga quase desacordada e a ouviu bem a voz do rapaz que dizia “sempre fazendo charminho, mas hoje você quis ser minha” e reconheceu. Mesmo em choque ao perceber que ele estava tirando a calça de Maria Luíza e desabotoava a dele, ela saiu de dentro do armário socando as costas do rapaz e o empurrando para fora do quarto, impedindo que o estupro acontecesse e ficou cuidando da amiga até que ela acordasse. Mas o delegado questiona, se não chegou a ter a concretização do ato de estupro o porquê de elas irem fazer queixa e ainda pergunta o porquê da menina beber tanto que perderia a consciência. 
Maria Cecília desconfortável começa a chorar e conta que ao ver a amiga naquela situação de fragilidade, voltou a viver momentos que aconteceu com ela, em um gatilho lembrou dos abusos que sofreu quando criança. E o escrivão continua a escrever... 

O delegado 1 percebe que em um mesmo arquivo há o relato de duas histórias diferentes. 

FICHA TERCEIRA MULHER 

Maria Cecília Fernandes Lopes – 21 anos, estudante de pedagogia, sofreu dois abusos sexuais ainda quando criança com 8 e 12 anos, por um tio e pela vergonha e culpa que sentia nunca contou pra ninguém, mas viveu sua vida a sombra desses abusos e outros abusos psicológicos. Maria Cecília é colega de Maria Luíza e mesmo estando em estado de choque ao ver a amiga sendo abusada impediu que a colega passasse pela mesma coisa que ela passou. 

CONTINUAÇÃ DA CENA, QUE ACONTECE DURANTE A LEITURA DA FIXA 

Maria Cecília, chorando com Maria Luíza do lado segurando sua mão, conta que ao ver o que estava para acontecer com a amiga, voltou a viver os seus 8 e 12 anos quando ia para a chácara de uma tia. Sofreu aos 8 anos de idade o primeiro assédio do tio, quando ia andar a cavalo ele ao colocá-la em cima começou a tocar nas partes intimas dela, mas quando criança não sabia o que isso significava, então ela se sentiu desconfortável, porém não falou nada por respeito. Então o tio a acompanhou na volta a cavalo até um riacho e pra desce-la voltou a tocá-la, desconfortável ele pediu pra que ficasse quieta e que não precisava chorar, porque como seu tio ele iria protege-la. Com medo ela correu, mas chegou em casa e não teve coragem de contar pra ninguém e toda vez que falava em voltar para a chácara da tia ela negava. Até os 12 anos de idade, onde o natal seria lá e que estaria toda a família, ela dizia que se sentia mais protegida, porém não impediu do tio tentar toca-la de novo. Ela estava dormindo com suas outras primas no mesmo quarto quando percebeu que ele no meio da noite entrava no quarto e deitava do lado dela e começou a tocar na sua vagina, e pegou a mão dela e colocou no pênis dele. Ela gritou, ele saltou da cama e saiu pela porta, ao ser questionada o que estava acontecendo pelos outros parentes, frente ao tio ela não teve coragem de contar por se sentir coagida. O delegado 2 diz sentir muito, mas que agora não poderia fazer nada e, quanto a Maria Luíza sem ter acontecido nada de fato, que seria as palavras delas contra a do rapaz e que nem mesmo exame médico conseguiria ajudá-las. 

Antes de ler o último caso, o delegado 1 no telefone pede a alguém que entre em contato com o escrivão que tinha relatado todos os casos, que vá até a delegacia. Voltando para o último arquivo, que era o menor. 

FICHA QUARTA MULHER 

Maria Lívia de Araújo Brito – 27 anos, mulher trans, formada em direito, porém trabalha como vendedora para se manter. Sofreu assedio seguido por agressão, o agressor é o pastor da sua igreja, e ao procurar ajuda com pessoas da igreja foi vítima de chacota, e expulsa da mesma. Então resolveu procurar a delegacia.” 

CENA QUE ACONTECE DURANTE A LEITURA DA FIXA 

Maria Lívia de pé em frente ao delegado, conta que foi agredida pelo pastor e fiéis da igreja que participava. O delegado 2 aponta para a cadeira para que Maria Lívia se sente. Ao sentar ela pergunta se o escrivão não vai fazer o relato, e o delegado acena para que ele escreva sobre o depoimento dela. Começa a contar que foi assediada pelo pastor da igreja e após ele tentar forçar uma relação, ela o empurrou e ele começou a socá-la, bater e xingá-la e que logo após ela procurou a igreja para pedir ajuda dos fiéis e eles duvidaram de suas palavras e a expulsou da igreja com um discurso de ódio. O delegado 2 diz a ela que ele não pode se envolver com problemas de dentro da igreja e que ela se acalmasse e esperasse um tempo, que todo mundo esqueceria do acontecido e que ela procurasse outra igreja. Ela se sentiu ofendida e como advogada conhecia seus direitos e procurou a justiça acima dele e relatou o abuso também sofrido pelo delegado2. 

O escrivão chega a sala do delegado 1 e pede licença para entrar 

ESCRIVÃO- Licença! O senhor pediu que me chamasse? 
DELEGADO 1- Sim, Sente-se! Eu preciso que me esclareça o que aconteceu com quatro casos que ocorreram aqui a algum tempo atrás. 
O escrivão se senta desconfiado. 
DELEGADO 1- Então, eu cheguei a pouco pra assumir a delegacia de Tumiritinga e me deparei com esses quatro casos, dessas mulheres que foram arquivados sem se resolver.  
Entrega ao escrivão a pasta com os casos arquivos. 
ESCRIVÃO- Mas se já está arquivado por que o senhor vai revirar isso agora, e o que eu tenho a ver com isso? 
DELEGADO 1- Bom, como o outro delegado não está mais aqui, me restou o senhor como testemunha dos dias das denúncias. E como são quatro casos justamente de agressão a mulheres e que foram arquivados juntos eu quero saber mais. 
ESCRIVÃO- O que o senhor quer saber especificamente? 
DELEGADO 1- Primeiro o por que dos casos terem sido arquivados sem se resolver nenhum e por que serem arquivados juntos? 
ESCRIVÃO- Eu, apenas como escrivão não seria a melhor pessoa pra lhe dizer isso, mas eu não diria que os casos não foram resolvidos. Esse dessa senhora por exemplo, não sei o que o senhor pensa, mas dá pra notar que a história não é bem essa, ela sempre dispensou a polícia quando era acionada e do nada ela resolveu que queria fazer uma denúncia? E ainda culpou os filhos, ela só queria prejudicar o marido. E o senhor sabe que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Bom, essas outras duas aqui o outro delegado já deixou claro. Nenhum exame iria comprovar que houve um estupro, já que a menina diz que impediu antes e cá entre nós tava escuro, a menina pode ter se confundido. E o caso que a menina contou é só uma história, nem é uma denúncia, então são só três casos. E o desse travesti aí eu nem quero me meter, e se o senhor me permitir aconselhar, se eu fosse o senhor também não me metia. Tão dizendo que foi por causa dele que o outro delegado não tá mais aqui, parece que ele deu um jeito de resolver. 
DELEGADO 1- Entendi! Então o senhor acha que tá tudo resolvido e eu não devo mais me meter nisso? 
ESCRIVÃO- É como dizem: a merda, quanto mais se mexe, mais fede! E se eu puder dá mais um conselho pro senhor, deixa do jeito que tá. Todo mundo já esqueceu, já tá todo mundo feliz e vivendo sua vida. 
DELEGADO 1- Entendi! Obrigado pelos conselhos, vou ver o que faço com eles. 

O delegado e o escrivão se cumprimentamo escrivão sai. Baixa a luz no delegado que levanta informa dados do MDH (Ministério de Direitos Humanos) 

Doze mulheres são assassinadas todos os dias, em média, no Brasil. Considerando os dados oficiais dos estados relativos a 2017. São 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 feminicídios, ou seja, casos de mulheres mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero. Trata-se de um aumento de 6,5% em relação a 2016, quando foram registrados 4.201 homicídios (sendo 812 feminicídios). 
De janeiro a julho de 2018, o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher registrou 27 feminicídios, 51 homicídios, 547 tentativas de feminicídios e 118 tentativas de homicídios. No mesmo período, os relatos de violência chegaram a 79.661, sendo os maiores números referentes à violência física e violência psicológica. 
Entre os relatos de violência, 63.116 foram classificados como violência doméstica. Os dados abrangem cárcere privado, esporte sem assédio, homicídio, tráfico de mulheres, tráfico internacional, tráfico interno e as violências física, moral, obstétrica, patrimonial, psicológica e sexual. 
O Ligue 180 se consolida como uma ferramenta acessível a todas as mulheres e sociedade em geral. Inteiramente gratuito, é um recurso que pode salvar vidas e possibilitar o fim de um ciclo de violências.”

Autoavaliação - Alzira Bosaipo

AUTOAVALIAÇÃO Nome: Alzira Bosaipo Matrícula: 180047558 1- Discorra sobre o que você aprendeu neste semestre. Tivemos uma meto...